qual é o problema que a sua empresa resolve?

A nata da economia mundial esteve reunida em Davos na semana passada numa atmosfera vagamente bizarra. Na ausência do autodenominado líder do mundo livre, emergiu a figura do presidente chinês Xi Jinping como promotor da importância da globalização para o crescimento da economia mundial. Foi portanto neste clima de apreensão sobre a adopção de medidas protecionistas pelos EUA e por outros motores da economia que o FMI divulgou o seu relatório trimestral sobre o crescimento mundial de 2016, 2017 e 2018.

Conforme podemos constatar na infografia acima, o crescimento previsto para as economias avançadas (destino de grande parte das exportações nacionais) é inferior a 2%. Acresce que nas notas prévias, o FMI detalha que este números são projectados num plano de grande incerteza face aquelas que venham a ser as medidas adoptadas pela administração Trump.
Os números que ilustram o fulgor da India e China (apesar do menor crescimento registado em 26 anos), o “mergulho” de Brasil e Rússia, a estagnação da Zona Euro, Reino Unido e Japão estão evidentes no quadro resumo abaixo.

Se em Davos se falou no condicional, os primeiros dias de Trump foram esclarecedores. Ontem foi assinada a saída do Tratado Transpacífico que envolve o Japão e a Austrália (que já avisou que está disponível para reformular o documento para englobar a China em alternativa), foram deixadas ameaças à existência acordo NAFTA (que envolve o México e Canadá) e divulgado um pacote de incentivos generoso para quem investir nos EUA. Pode ler mais aqui.

O foco no problema pode ser a solução
Aqui chegados, reforçamos a ideia patente na primeira comunicação de ano: as empresas têm que manter o foco apesar deste cenário adverso. Uma das formas mais úteis de o fazerem é simplificar a sua mensagem na abordagem a novos clientes. Em alternativa a descarregarem todas as suas vantagens competitivas e características dos produtos, as empresas podem (devem) procurar perceber quais são as debilidades dos clientes e/ou clientes potenciais. Quais são as debilidades existentes e em que medida a n/ proposta é uma solução competitiva. Qual é o problema que resolvemos?

Por vezes a questão é simples: conseguimos fornecer um produto de qualidade idêntica a preço mais competitivo. Resolvemos o problema da melhoria de rentabilidade primária. Mas a maioria das vezes a questão é menos linear. A rentabilidade (que é o problema que mais assola um comprador) pode ter que ser garantida com uma melhor logística, uma melhor embalagem, um melhor produto.

O segundo problema mais vezes reportado é a diferenciação. Este é um tema transversal a quase todas as nossas comunicações porque é porventura o ângulo que oferece mais oportunidades de sucesso às empresas portuguesas. Resolver a questão da diferenciação obriga a revisitar as variáveis produto, logística e comunicação, mas tem a imensa vantagem de facilitar o dialogo com o comprador na forma como a nossa proposta o ajuda a distanciar-se da demais oferta. Este tipo de abordagem tende a facilitar igualmente o aprofundamento entre as empresas e o desenvolvimento de produtos personalizados.

Por hoje é tudo, regressamos na próxima semana com #2 de “A Dieta de …”.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *